Sete Obras de Misericórdia Espirituais

Doutrina da Igreja, Orações

Enquanto cristãos, é de grande importância colocarmos em prática as catorze obras de misericórdia, tanto estas Sete Obras de Misericórdia Espirituais, quanto corporais. Através delas, reafirmamos a nossa fé em Deus e demonstramos que a nossa crença não se limita apenas às palavras, mas também está nas nossas ações.

Sete Obras de Misericórdia Espirituais

As obras de misericórdia não se realizam de vez em quando. Não. Como são todas – corporais e espirituais – centradas em Jesus, elas pautam a nossa própria vida de cristãos, todos os dias.
  1. DAR BONS CONSELHOS O verdadeiro conselheiro é o próprio Deus e o seu Espírito Santo que nos ilumina o caminho e nos fala ao coração. Para aconselhar bem, é necessário antes de mais viver aquilo mesmo que o Espírito nos ilumina, ou seja, viver como Jesus viveu e nos ensinou. Como Ele disse: «Um cego pode guiar outro cego?» (Lc 6,39) Quem é aconselhado tem de descobrir em si próprio aquilo que é bom para si e descobrir como pôr em prática os meios para realizar esse fim. Aconselhar não é tanto apresentar soluções, mas mostrar caminhos, valorizar, dar ferramentas, dar testemunho e ser próximo.
  2. ENSINAR OS IGNORANTES O mestre é sempre Jesus Cristo, por isso, os primeiros passos para ensinar o ignorante são os passos que conduzem em direção a Jesus, à sua palavra e à sua vida. Como o Papa Francisco escreveu: «Todas as verdades reveladas procedem da mesma fonte divina e são acreditadas com a mesma fé, mas algumas delas são mais importantes por exprimirem mais diretamente o coração do Evangelho.» E acrescentou: «Neste núcleo fundamental, o que sobressai é a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado.» (Evangelii gaudium, n.º 36) Como os alicerces de um arranha-céus, o ensino deve estar fundado em Jesus Cristo.
  3. CORRIGIR OS QUE ERRAM A correção pretende reconduzir o errante. É um serviço de amor, como vemos no Evangelho de Mateus: «Se o teu irmão pecar, vai e mostra-lhe o seu erro, mas em particular, só entre vós os dois. […] Se ele não te der ouvidos, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas.» (18,15-17) A relação entre aquele que corrige e aquele que é corrigido não é uma relação jurídica, institucional ou de conhecidos. Nem mesmo de amigo para amigo. É uma relação fraterna, entre irmãos. Não é um juízo de valor ou uma condenação, e «no momento em que é aplicada, qualquer correção parece não ser motivo de alegria, mas de tristeza; porém, mais tarde, produz um fruto de paz e de justiça naqueles que foram corrigidos» (Hb 12,11).
  4. CONSOLAR OS AFLITOS Madre Teresa de Calcutá disse que «não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz». Esta é a máxima do cristão, e é necessária sobretudo para quem está em aflição e necessita de consolação, esperança. Deus é o Consolador e Jesus fala-nos do Paráclito, o Defensor que vem em nosso auxílio. Consolar é, então, tornar presente a presença desse Consolador na vida do irmão. Escreveu o compositor Francisco Palazón: «Quando basta uma palavra, evitemos o discurso. Quando basta um gesto, evitemos as palavras. Quando basta um olhar, evitemos o gesto. E quando basta um silêncio, evitemos inclusivamente o olhar.» (Citado por José Carlos Bermejo em A morte ensina a viver, PAULUS Editora)
  5. PERDOAR AS INJÚRIAS Talvez esta seja a obra mais óbvia para os cristãos, mas a mais difícil de praticar. Jesus disse que devemos perdoar sempre (70 vezes 7). E falou até em amar os inimigos: «Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.» (Mt 5,43-45) Isto é mais do que um simples perdoar. Tudo se centra no amor. William Blake dizia que é mais difícil perdoar o amigo com quem até me cruzo do que o inimigo distante. Com razão, a maioria das vezes, é com aqueles com quem nos relacionamos diariamente que há maior necessidade de perdão. É a estes que esta obra é necessária.
  6. SOFRER COM PACIÊNCIA AS FRAQUEZAS DO NOSSO PRÓXIMO «O amor é paciente», escreveu São Paulo no Hino do Amor na sua carta à comunidade de Corinto. Não espanta ver em Jesus essa paciência de amor. Como afirma Pie Ninot: «Longe de ser implacável com os pecadores, [Jesus] era tolerante, porque “o Pai que está no céu faz nascer o sol sobre maus e bons” (Mt 5,45).» De fato, nós somos bons e somos maus. Na tolerância para com o próximo esperamos a tolerância de Jesus para conosco. Como o Papa Leão XIII escreveu na sua obra A prática da humildade: «Sofre com paciência os defeitos e a fragilidade do próximo, tendo sempre diante dos olhos a tua própria miséria pela qual também tu hás de ser alvo da compaixão dos demais.»
  7. ROGAR A DEUS POR VIVOS E DEFUNTOS Salvador Pié Ninot escreveu: «Quando se reza por alguém ainda vivo, essa pessoa está sob o olhar amoroso e providente de Deus e para ele se invoca o dom de Deus e a sua bênção, para ser apoiada no caminho da vida.» Poderíamos esperar que com essa bênção se cumprissem todos os nossos desejos de felicidade, contudo, a bênção de Deus é a bênção de um Deus que é Pai que nos dá esperança, mas que é também um Absoluto que ultrapassa a nossa compreensão. O que nos acontece, sabemos que acontece segundo o seu desígnio “infinito e incompreensível”, e por vezes não nos resta senão o abandono à sua vontade, uma entrega com esperança e confiança. Apesar de tudo, Ele não nos abandona e, como Jesus na cruz, a Ele nos entregamos, nós e aqueles por quem rezamos, vivos ou mortos.

Curiosidades das Sete Obras de Misericórdia Espirituais

Também conhecidas como Atos de Misericórdia, as Obras de Misericórdia são ações e práticas que os fiéis da nossa Santa Igreja devem cumprir. No total são definidas catorze obras de misericórdia, que são divididas em dois grupos de Sete Obras: as Corporais e as Espirituais.

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