Espiritualidade das pequenas coisas

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Nada é pequeno, se feito com amor.
Santa Terezinha do Menino Jesus  

Para começo de conversa: O caminho da pequena Via

Vivemos em um mundo que tende a valorizar o que é barulhento, grandioso, marcado pela cultura da exibição e dos espetáculo. Neste caminho, o que vale é o que “parece ser”, não o que é de fato valoroso, tesouro que o tempo não corrói. Então, é quando o Senhor nos recorda: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.” (Ecl 1, 2). O que adianta o ser humano apostar sua vida nas coisas que passam (perecem), se o coração repousa é no eterno de Deus presente no cotidiano, aquilo que de fato fica quando alguém parte desta vida? Quando olhamos para dentro da Tradição dos místicos da Igreja descobrimos uma referência de cultivo deste caminho das coisas imperecíveis, do que é “tesouro”, onde devíamos colocar nosso coração. Então, descobrimos uma grande santa que se santificou pelo caminho da pequena Via. Estamos falando de Santa Terezinha do Menino Jesus. A santa das pequenas coisas. Um caminho de vida espiritual. Uma fonte de espiritualidade das pequenas coisas. Avancemos nesta direção.

Espiritualidade: abrindo a porta de alguns autores em nossa compreensão

Como o combustível de um carro faz mover o carro nas nossas andanças humanas pela vida afora, assim também é acontece no campo da espiritualidade. Com ela nos deslocamos no chão da vida. Conseguimos ficar de pé, nos movermos nas direções necessárias e fundamentais da existência e da vida cristã. No exemplo do carro, o combustível não pode ser visto a olho nu, mas sabemos que está lá, no motor sustentando toda a engrenagem do carro. Assim também é com a espiritualidade na vida cotidiana das pessoas: não pode ser vista, mas é o que move o ser orante, o homem e a mulher espirituais. Nesta direção, busquemos dar sentido a esta compreensão de espiritualidade a partir de duas compreensões que se complementam.  
Espiritualidade das pequenas coisas.
Fonte: Reprodução Original
Giordano Frosini nos diz que espiritualidade pode ser compreendida como sendo uma vida movida segundo o Espírito. Neste sentido, se o Espírito é sopro, ar, ele está em nosso meio para ser respirado, absorvido e, ao mesmo tempo, espalmado, ventilado aos quatro cantos da vida. Esta compreensão de espiritualidade coloca um acento na vida segundo o Espirito, e ele é movimento. Daí, quem tem uma espiritualidade segundo o cristianismo, deve buscar movimentar sua vida, seu jeito de olhar, sentir, pensar e agir em comunhão com o Espírito de Deus. Já o carmelita Frei Cláudio van Balen vai dizer que espiritualidade diz respeito a uma “maneira determinada de viver a globalidade da vida, isto é, seus afazeres cotidianos, superações, desafios; alegrias, sofrimentos, conquistas e perdas, a partir de um eixo espiritual. Neste caso a fonte de nossa espiritualidade é Cristo, isto é, sua vida, paixão, morte e ressurreição (Mistério Pascal que se atualiza e cada Eucaristia celebrada e contemplada na adoração). 

A modo de conclusão: Uma espiritualidade cotidiana

Esta compreensão de espiritualidade que trabalhamos acima, tem a ver com “um jeito de ser” da pessoa perante a vida exterior. Vejamos um exemplo: num caso de enfermidade, ou de desemprego, ou de perda familiar, ou de pressão na vida...  por que será que cada pessoa tem um jeito de responder aos acontecimentos felizes e, principalmente, aos mais difíceis ao longo da vida? Na perspectiva desta reflexão, concluiríamos: porque cada um tem uma forma espiritual de ser. Uns mais adultos, outros mais infantis da fé e dos afetos. Se nossa espiritualidade for segundo o jeito de Jesus Cristo, com certeza desenvolveremos uma via especial, simples, cotidiana de vivê-la.  Sendo assim, devemos nos sentir atraídos pelo Deus Abbá, Papai, como nos ensina Jesus. Como nos indica a Santa da Pequena Via, na contemplação da encarnação do Filho de Deus: “Eu não posso ter medo de um Deus, que por mim se fez pequenino”. Eis a descoberta de ser amigo de Deus, irmão de seu Filho muito amado, ungido pelo Espírito.   

Para refletir e rezar: 

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